sexta-feira, 29 de março de 2013

Pontuação 2 - Questões discusivas com gabarito comentado








TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Geração Canguru
Gilberto Dimenstein

Ao mapear novas tendências de consumo no Brasil, publicitários acreditam ter detectado a "Geração Canguru". São jovens bem-sucedidos profissionalmente, têm entre 25 e 30 anos de idade e vivem na casa dos pais. O interesse neles é óbvio: compõem um nicho de consumidores com alto poder aquisitivo.

Ainda na "bolsa" da mãe, eles mostram que mudaram as fronteiras entre o jovem e o adulto. Até pouquíssimo tempo atrás, um marmanjão de 30 anos, enfiado na casa dos pais, seria visto como uma anomalia, suspeito de algum desequilíbrio emocional que retardou seu crescimento.

O efeito "canguru" revela que pais e filhos estão mutuamente mais compreensivos e tolerantes, capazes de lidar com suas diferenças. Para quem se lembra dos conflitos familiares do passado, marcados pelo choque de gerações, os "cangurus" até sugerem um grau de civilidade. Não é tão simples assim.

Estudos de publicitários divulgados nas últimas semanas indicam um lado tumultuado – e nem um pouco saudável – dessa relação familiar. Por trás das frias estatísticas sobre tendência do mercado, a pergunta que aparece é a seguinte: até que ponto os brasileiros mais ricos estão paparicando a tal ponto seus filhos que produzem indivíduos com baixa autonomia?

Ao investigar uma amostra de 1.500 mães e filhos, no Rio e em São Paulo, a TNS InterScience concluiu que 82% das crianças e dos adolescentes influenciam fortemente as compras das famílias. A pressão é especialmente intensa nas classes A e B, cujas crianças, segundo os pesquisadores, empregam cada vez mais a estratégia das birras públicas para ganhar, na marra, o objeto de desejo.

Com medo das birras, as mães tentam, segundo a pesquisa, driblar os filhos e não levá-los às compras, especialmente nos supermercados, mas, muitas vezes, acabam cedendo. Os responsáveis pelo levantamento da InterScience atribuem parte do problema ao sentimento de culpa. Isso porque, devido ao excesso de trabalho, os pais ficam muito tempo longe de casa e querem compensar a ausência com presentes.

Uma pesquisa encomendada pelo Núcleo Jovem da Abril detectou que muitos dos novos consumidores vivem uma ansiedade tamanha que nem sequer usufruem o que levam para casa. Já estão esperando o produto que vai sair. É ninfomania consumista. Jovens relataram que nunca usaram, nem mesmo uma vez, roupas que adquiriram. Aposentam aparelhos eletrodomésticos comprados recentemente porque já estariam defasados.

Psicólogos suspeitam que essa atitude seja uma fuga para aplacar a ansiedade e a carência, provocadas, em parte, pela falta de limite. Imaginando-se modernos, pais tentam ser amigos de seus filhos e, assim, desfaz-se a obrigação de dizer não e enfrentar o conflito. O resultado é, no final, uma desconfiança, explicitada pelos entrevistados, ainda maior em relação aos adultos.

Outro estudo, desta vez patrocinado pela MTV, detectou um início de tendência entre os jovens de insatisfação diante de pais extremamente permissivos. Estão demandando adultos mais pais do que amigos. Para complicar ainda mais a insegurança das crianças e dos adolescentes, a violência nas grandes cidades leva os pais, compreensivelmente, a pilotar os filhos pelas madrugadas, para saber se não sofreram uma violência. Brincar nas ruas está desaparecendo da paisagem urbana, ajudando a formar seres obesos, presos ao computador.

Há pencas de estudo mostrando como a brincadeira, dessas em que nos sujamos, ralamos o joelho na árvore, ajuda a desenvolver a criatividade, o senso de autonomia e de cooperação. É um espaço de estímulo à imaginação.

Todos sabemos como é difícil alguém prosperar, com autonomia, se não souber lidar com a frustração. Muito se estuda sobre a importância da resiliência – a capacidade de levar tombos e levantar como um elemento educativo fundamental.

Professores contam, cada vez mais, como os alunos não têm paciência de construir o conhecimento e desistem logo quando as tarefas se complicam um pouco. Por isso, entre outras razões, os alunos decepcionam-se rapidamente na faculdade que exige mais foco em poucos assuntos.

Os educadores alertam que muitos jovens têm dificuldade de postergar o prazer e buscam a realização imediata dos desejos; respondem exatamente ao bombardeamento publicitário, inclusive na ingestão de álcool, como vamos testemunhar, mais uma vez, nas propagandas de cerveja neste verão. Daí o risco de termos "cangurus" que fiquem cada vez mais na bolsa (e no bolso) dos pais.

P.S. – Em todos esses anos lidando com educação comunitária, posso assegurar que uma das melhores coisas que as escolas de elite podem fazer por seus alunos é estimulá-los ao empreendedorismo social. É um notável treino para enfrentar desafios. Enfrentam-se em asilos, creches e favelas os limites e as carências. Conheci casos e mais casos de alunos problemáticos que mudaram sua cabeça ao desenvolver uma ação comunitária e passaram, até mesmo, a valorizar o aprendizado curricular.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/colunas/gd121205.htm


1. (Ufjf)  Leia novamente:

“São jovens bem-sucedidos profissionalmente, têm entre 25 e 30 anos de idade e vivem na casa dos pais. O interesse neles é óbvio: compõem um nicho de consumidores com alto poder aquisitivo.”

a) Com base na leitura do texto, identifique 3 fatores que justificam o fato de esses jovens apresentarem alto poder aquisitivo.
b) Qual é a função sintático-semântica do uso dos dois pontos na última oração do período acima destacado?


Resposta:

a) Trata-se de jovens bem-sucedidos profissionalmente, que pertencem a uma classe social sem problemas econômicos e que, apesar de adultos, ainda não moram em espaço próprio. A ausência de responsabilidades com a sobrevivência do cotidiano, facilitada pelo excessivo protecionismo de pais, permite que grande parte do salário, auferido pelo bom desempenho profissional, seja direcionado para a aquisição de produtos oferecidos constantemente em propagandas.
b) O emprego dos dois-pontos é usado para indicar que tudo o que estiver adiante dele detalha ou explica a frase anterior.




TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
PRIMEIRO ATO

Amelinha - (Virando-se para a mãe) 6Edmundo está inocente. Sem culpa.
Valdelice - (Fazendo-a calar) Não repita 30essa asneira. (Pausa) 13Temos de pressioná-lo, minha filha. 14Você não tem idade para perceber a ruindade dos homens. Você foi 12se-du-zi-da.
Amelinha - (Sentando-se) 3Seduzida?! Mas eu sei que não é verdade!
Valdelice - A história tem de ser diferente... Trate de se convencer 31disso.
            [...]
Amelinha - 9Não me sinto bem em dizer o que não fiz...
Agente - Aprenda 21a primeira lição: 2às vezes a verdade não é a que se conhece, mas a outra... (Pausa) É ir por mim. (Notando o laço de fita da moça) Pra que este laço?
Amelinha - Foi ideia da mamãe.
Valdelice - Não a quero desgraciosa diante da autoridade.
Agente - (Compenetrado) Nada de 1lacinho de fita! Você não é anjo de procissão. (Tom) Quem perde a honra não se interessa por enfeite. (Ríspido) 15Tire-o.
Amelinha - (Indecisa) 10Mas eu... eu...
Agente - (Arrebata-lhe o laço) Bobagem! (Pausa). 22Retire também 35o ruge, o batom... 28Tenho de prepará-la para impressionar o delegado, o juiz, todo mundo. Do contrário, ninguém defenderá você. (Tom) Assanhe os cabelos.

SEGUNDO ATO

Benedito - 29(À Amelinha, que continua assustada, mas impressionada com a situação que vive). Então, você acabou sendo enganada? (Ela aquiesce) 11Levou-a no caminhão da entrega sistemática, não foi? (Ela confirma) Vá ver que era um caminhão Ford. (Ao Permanente) Ford! A influência nefasta do capitalismo internacional! (Pausa) E os botijões? Balançavam? Sacudiam? (Pausa) Estavam cheios... ou vazios?
Amelinha - (Num sopro) Vazios...
Benedito - (Eufórico) Vazio! (Pausa, em explosão) Vibravam, não? (Dramatizando) Imagino como não eram ruidosos! (T) Tática de cinema americano, "noir", de péssima qualidade. (Pausa) E o carro? Corria veloz? E você, gritava?
Amelinha - (Voz débil, a confirmar) Gritava.
            [...]
Benedito - (A Amelinha) Então estavam vazios os botijões (Ela concorda) Vazios... E o carro corria, em disparada, não? (Ela aquiesce) E fazia aquele ruído...
Amelinha - (Que vai aderindo, qual participasse de um jogo...) 4Um ruído terrível...
Benedito - Ah, eu imagino! (T.) 26E o seu desespero? Hem, moça?
Amelinha - Ah, como eu sofri dentro do caminhão...
Valdelice - (Surpresa, à filha) Você nunca me falou antes em caminhão. Que carro é esse?
Amelinha - (Indiferente) O caminhão, mãe... Caminhão Ford.
            [...]
Benedito - 25E depois? Hem? Depois?
Amelinha - (Enlevada, mais fantasiosa) Ele me apertava em seus braços fortes, sem mais querer me soltar. (Tom) Meu Deus, era bom, mas eu sofria. (Pausa) Eu me sentia tonta, desfalecida, principalmente pelo som infernal dos botijões... E por cima de tudo, eu tinha medo de morrer.
Benedito - (Animando-a) Mais, mais, vai para a primeira página.
Amelinha - Paramos num lugar distante, como se diz mesmo? ... ermo... (Pausa) Onde era? Onde? Ainda hoje me pergunto, sem resposta... (Pausa. T.) Nem sei direito. 23Mas sei que havia uma árvore muito frondosa, e tinha um rio largo, perto... e... acho que havia também uma cabana. Um velho pescador estava sentado, longe, longe, numa pedra...
Valdelice - 17Minha filha, você está descrevendo o calendário da sala de jantar!
            [...]
Benedito - E depois, e depois?
Amelinha - 7Ele começou a puxar o zíper do meu vestido.
Valdelice - 18Mas você não tem vestido de zíper!!!
Benedito - Vá contando, me agrada! É matéria de primeira página.
Amelinha - 8Por fim, rasgou minha combinação de "nylon".
Valdelice - "Nylon"?! Você nunca usou 32isso!
            [...]
Valdelice - (Como se tudo fosse um sonho) Agora que você está mais calma, me diga mesmo como é a história do caminhão, dos botijões vazios... Onde você conseguiu 33tudo isso?
Amelinha - E eu sei, mamãe?! 27Simpatizei com o moço, e dei de imaginar tudo. (Pausa. T) Será que o meu retrato vai sair bonito no jornal?
            [...]
Edmundo - (Principia a falar com indecisão, procurando achar as palavras) 24Amelinha, eu... queria que você compreendesse... Por favor, 16conte ao Delegado o que em verdade se passou 19entre nós dois... Sei que você é direita... (Pausa) Fale.
Amelinha - (Em tom indefinido, como se na verdade vivesse outro personagem) 5Será que você já esqueceu?
Edmundo - Esqueceu o quê? Não compreendo.
Amelinha - Oh, Edmundo... Vocês, homens, esquecem tão ligeiro!
Edmundo - 20Mas não esqueci nada! Lembro que você me chamou à sua casa. E me abraçava, me queria... E eu então não pude resistir.
            [...]
Amelinha - Oh, ao menos hoje, não seja cínico! O caminhão, os botijões vazios! Vamos, não diga que não se lembra! Você me carregou, eu não queria... Me convidou para ver os enfeites da boleia, e, de repente, acionou o motor, partiu veloz. Ah. Foi quando eu gritei, gritei: 34Não faça isso. Edmundo! Pare! Pare! E você correndo, nem me deu atenção!
Edmundo - (Ao Delegado) Isso não! Ao menos a verdade!
           
CAMPOS, Eduardo. A donzela desprezada. In:________. Três peças escolhidas. Fortaleza: Edições UFC, 2007, p.187-221.



2. (Ufc)  A VÍRGULA também é empregada para isolar adjuntos adverbiais. Com base nesse conhecimento, transcreva, da fala de Benedito, uma frase em que a vírgula está empregada para isolar um adjunto adverbial de modo.


Resposta:

"E o carro corria, em disparada, não?"



  
3. (Puc-rio)  a) Reescreva duas vezes a segunda oração do período a seguir, substituindo o verbo "VIVER" por cada um dos seguintes verbos:

I) lidar
II) depender

            "Ele é nossa principal tecnologia social, por meio da qual vivemos hoje."

b) Pontue o período a seguir, empregando apenas um sinal de vírgula e um de dois pontos.

            É aquela velha história se você coloca coisas caras em casa vai precisar pôr trancas nas portas e grades nas janelas.


Resposta:

a)
I) ..., com a qual lidamos hoje.
II) ..., da qual dependemos hoje.
b) É aquela velha história: se você coloca coisas caras em casa, vai precisar pôr trancas nas portas e grades nas janelas.




TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
            Na Idade Média, no início dos tempos modernos, e por muito tempo ainda nas classes populares, as crianças misturavam-se com os adultos assim que eram consideradas capazes de dispensar a ajuda das mães ou das amas, poucos anos depois de um desmame - ou seja, aproximadamente, aos sete anos de idade. A partir desse momento, ingressavam imediatamente na grande comunidade dos homens, participando com seus amigos jovens ou velhos dos trabalhos e dos jogos de todos os dias. O movimento da vida coletiva arrastava numa mesma torrente as idades e as condições sociais, sem deixar a ninguém o tempo da solidão e da intimidade. Nessas existências densas e coletivas, não havia lugar para um setor privado. A família cumpria uma função - assegurava a transmissão da vida, dos bens e dos nomes - mas não penetrava muito longe na sensibilidade.
            (...)
            A família moderna retirou da vida comum não apenas as crianças, mas uma grande parte do tempo da preocupação dos adultos. Ela correspondeu a uma necessidade de intimidade e também de identidade: os membros da família se unem pelo sentimento, o costume e o gênero de vida. As promiscuidades impostas pela antiga sociabilidade lhes repugnam. Compreende-se que essa ascendência moral da família tenha sido originariamente um fenômeno burguês: a alta nobreza e o povo, situados nas duas extremidades da escala social conservaram por mais tempo as boas maneiras tradicionais, e permaneceram indiferentes à pressão exterior. As classes populares mantiveram até quase nossos dias esse gosto pela multidão. Existe portanto uma relação entre o sentimento da família e o sentimento de classe. Em várias ocasiões, ao longo deste estudo, vimos que eles se cruzavam. Durante séculos os mesmos jogos foram comuns às diferentes condições sociais; a partir do início dos tempos modernos, porém, operou-se uma seleção entre eles: alguns foram reservados aos bem-nascidos, enquanto outros foram abandonados ao mesmo tempo às crianças e ao povo. As escolas de caridade do século XVII, fundadas para os pobres, atraíam também as crianças ricas. Mas a partir do século XVIII, as famílias burguesas não aceitaram mais essa mistura, e retiraram suas crianças daquilo que se tornaria um sistema de ensino primário popular, para colocá-las nas pensões ou nas classes elementares dos colégios, cujo monopólio conquistaram. Os jogos e as escolas, inicialmente comuns ao conjunto da sociedade, ingressaram então num sistema de classes. Foi como se um corpo social polimorfo e rígido se desfizesse e fosse substituído por uma infinidade de pequenas sociedades - as famílias - e por alguns grupos maciços - as classes. As famílias e as classes reuniam indivíduos que se aproximavam por sua semelhança moral e pela identidade de seu gênero de vida. O antigo corpo social único, ao contrário, englobava a maior variedade possível de idades e condições.
Aries, Philippe. Historia Social da Criança e da Família. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1981. pp. 194-6.



4. (Puc-rio)  a) Em "a partir do início dos tempos modernos, porém, operou-se uma seleção entre eles (...)", a palavra SE é um pronome apassivador, que constitui também um recurso linguístico de indeterminação do agente da ação verbal. Transcreva do texto outro exemplo em que a palavra SE tenha sido empregada com essa mesma função.

b) Reescreva o trecho a seguir , empregando os sinais de pontuação adequados.

A evolução da família medieval para a família do século XVII e para a família moderna durante muito tempo se limitou aos nobres aos burgueses aos artesãos e aos lavradores ricos ainda no início do século XIX uma grande parte da população a mais pobre e mais numerosa vivia como as famílias medievais com as crianças afastadas da casa dos pais.


Resposta:

a) "Compreende-se que essa ascendência moral da família tenha sido originariamente um fenômeno burguês (...)"

b) A evolução da família medieval para a família do século XVII e para a família moderna, durante muito tempo, se limitou aos nobres, aos burgueses, aos artesãos e aos lavradores ricos. Ainda no início do século XIX, uma grande parte da população, a mais pobre e mais numerosa, vivia como as famílias medievais, com as crianças afastadas da casa dos pais.




TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
            O acolhimento que dispensou aos seus projetos o excelentíssimo senhor ministro do Fomento Nacional, animou o russo a improvisar novos processos que levantassem a pecuária no Brasil. Xandu, com o cotovelo direito sobre a mesa e a mão respectiva na testa, considerava Bogóloff com espanto e enternecido agradecimento.
            - Ah! Doutor! disse ele. O senhor vai dar uma glória imortal ao meu ministério.
            - Tudo isso, Excelência, é fruto de longos e acurados estudos.
            Xandu continuava a olhar embevecido o russo admirável; e este aduziu com toda convicção:
            - Por meio da fecundação artificial, Excelência, injectando germens de uma em outra espécie, consigo cabritos que são ao mesmo tempo carneiros e porcos que são cabritos ou carneiros, à vontade.
            Xandu mudou de posição, recostou-se na cadeira; e, brincando com o monóculo, disse:
            - Singular! O doutor vai fazer uma revolução nos métodos de criar! Não haverá objecções quanto à possibilidade, à viabilidade?
            - Nenhuma, Excelência. Lido com as últimas descobertas da ciência e a ciência é infalível.
            - Vai ser uma revolução!...
            - É a mesma revolução que a química fez na agricultura. Penso assim há muitos anos, mas não me tem sido possível experimentar os meus processos por falta de meios; entretanto, em pequena escala já fiz.
            - O que?
            - Uma barata chegar ao tamanho de um rato.
            - Oh! Mas... não tem utilidade.
            - Não há dúvida. Uma experiência ao meu alcance, mas, logo que tenha meios...
            - Não seja essa a dúvida. Enquanto eu for ministro, não lhe faltarão. O governo tem muito prazer em ajudar todas as tentativas nobres e fecundas para o levantamento das indústrias agrícolas.
            - Agradeço muito e creia-me que ensaiarei outros planos. Tenho outras ideias!
            - Outras? fez em resposta o Xandu.
            - É verdade. Estudei um método de criar peixes em seco.
            - Milagroso! Mas ficam peixes?
            - Ficam... A ciência não faz milagres. A cousa é simples. Toda a vida veio do mar, e, devido ao resfriamento dos mares e à sua concentração salina, nas épocas geológicas, alguns dos seus habitantes foram obrigados a sair para a terra e nela criarem internamente, para a vida de suas células, meios térmicos e salinos iguais àqueles em que elas viviam nos mares, de modo a continuar perfeitamente a vida que tinham. Procedo artificialmente da forma que a cega natureza procedeu, eliminando, porém, o mais possível, o factor tempo, isto é: provoco o organismo do peixe a criar para a sua célula um meio salino e térmico igual àquele que ele tinha no mar.
            - É engenhoso!
            - Perfeitamente científico.
            Xandu esteve a pensar, a considerar um tempo perdido, olhou o russo insistentemente por detrás do monóculo e disse:
            - Não sabe o doutor como me causa admiração o arrojo de suas ideias. São originais e engenhosas e o que tisna um pouco essa minha admiração, é que elas não partam de um nacional. Não sei, meu caro doutor, como é que nós não temos desses arrojos! Vivemos terra à terra, sempre presos à rotina! Pode ir descansado que a República vai aproveitar as suas ideias que hão de enriquecer a pátria.
            Ergueu-se e trouxe Bogóloff até à porta do gabinete, com o seu passo de reumático.
            Dentro de dias Grégory Petróvitch Bogóloff era nomeado diretor da Pecuária Nacional.
(Afonso Henriques de Lima Barreto. Numa e a Ninfa.)


O Mundo Assombrado pelos Demônios

            Sim, o mundo seria um lugar mais interessante se houvesse UFOS escondidos nas águas profundas, perto das Bermudas, devorando os navios e os aviões, ou se os mortos pudessem controlar as nossas mãos e nos escrever mensagens. Seria fascinante se os adolescentes fossem capazes de tirar o telefone do gancho apenas com o pensamento, ou se nossos sonhos vaticinassem acuradamente o futuro com uma frequência que não pudesse ser atribuída ao acaso e ao nosso conhecimento do mundo.
            Esses são exemplos de pseudociência. Eles parecem usar os métodos e as descobertas da ciência, embora na realidade sejam infiéis à sua natureza - frequentemente porque se baseiam em evidência insuficiente ou porque ignoram pistas que apontam para outro caminho. Fervilham de credulidade. Com a cooperação desinformada (e frequentemente com a conivência cínica) dos jornais, revistas, editoras, rádio, televisão, produtoras de filmes e outros órgãos afins, essas ideias se tornam acessíveis em toda parte.
            (...)
            Não é preciso um diploma de nível superior para conhecer a fundo os princípios do ceticismo, como bem demonstram muitos compradores de carros usados que fazem bons negócios. A ideia da aplicação democrática do ceticismo é que todos deveriam ter as ferramentas essenciais para avaliar efetiva e construtivamente as alegações de quem se diz possuidor do conhecimento. O que a ciência exige é tão-somente que façamos uso dos mesmos níveis de ceticismo que empregamos ao comprar um carro usado ou ao julgar a qualidade dos analgésicos ou da cerveja pelos seus comerciais na televisão.
            Mas as ferramentas do ceticismo em geral não estão à disposição dos cidadãos de nossa sociedade. Mal são mencionadas nas escolas, mesmo quando se trata da ciência, que é seu usuário mais ardoroso, embora o ceticismo continue a brotar espontaneamente dos desapontamentos da vida diária. A nossa política, economia, propaganda e religiões (Antiga e Nova Era) estão inundadas de credulidade. Aqueles que têm alguma coisa para vender, aqueles que desejam influenciar a opinião pública, aqueles que estão no poder, diria um cético, têm um interesse pessoal em desencorajar o ceticismo.
(Carl Sagan. O Mundo Assombrado pelos Demônios. Tradução de Rosaura Eichemberg.)


PREOCUPAÇÃO COM CIGARRO.
QUE FAZER?

            Quando você acende um cigarro, acende também uma preocupação?
            Bem, se você anda preocupado mas gosta muito de fumar, quem sabe você muda para um cigarro de baixos teores de nicotina e alcatrão?
            Quer uma ideia? Century.
            Century é diferente dos outros cigarros de baixos teores, por motivos fundamentais.
            Century jogou lá embaixo a nicotina e o alcatrão, mas não acabou com seu prazer de fumar.
            Isto só foi possível, evidentemente, graças a uma cuidadosa seleção de fumos do mais alto grau de pureza e suavidade.
            E à competência do filtro especial High Air Dilution, consagrado internacionalmente.
            Não é o cigarro sob medida para você também?
            Pense nisto.
            (Texto de publicidade de cigarros de início da década de 80.)


5. (Unesp)  A pontuação serve não apenas para marcar aspectos objetivos do discurso escrito, mas também aspectos subjetivos, tais como emoções, sentimentos e intenções do autor. Com base nesta informação,
a) levando em conta a pontuação, identifique a modalidade de frase utilizada com frequência pelo ministro Xandu para manifestar sua atitude entusiasta ante as declarações do russo Bogóloff.
b) considerando a natureza conativa (persuasiva) do texto publicitário, explique a razão pela qual predominam na primeira parte deste as frases interrogativas e, na segunda, as frases declarativas.


Resposta:

a) O ministro Xandu usa frases exclamativas para manifestar seu entusiasmo diante do que lhe apresenta Bogóloff: "Singular! O senhor vai fazer uma revolução nos métodos de criar!" "Vai ser uma revolução!" "Milagroso!" etc.

b) A mensagem conativa busca influenciar o receptor, determinar o seu comportamento. Na primeira parte da mensagem, a predominância de frases interrogativas visa a envolver o receptor, despertar o seu interesse. Trata-se, na verdade, de interrogações retóricas, pois são na verdade afirmações feitas sob forma interrogativa. Na segunda parte, as frases declarativas, que descrevem o produto que se quer vender, são como respostas às questões com que se buscou antes envolver o leitor-consumidor, buscando-se, assim, prescrever-lhe um comportamento.




TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Texto 1
Infância
Carlos Drummond de Andrade

MEU PAI montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
Olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
[In: Poesia e Prosa / Alguma Poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979. p.71]


Texto 2
Minha Vida e Meus Amores
Mon Dieu, fais que je puisse aimer! S. Beuve.

Quando, no albor da vida, fascinado
Com tanta luz e brilho e pompa e galas,
Vi o mundo sorrir-me esperançoso:
- Meu Deus, disse entre mim, oh! Quanto é doce.

Quanto é bela esta vida assim vivida! -
Agora, logo, aqui, além, notando
Uma pedra, uma flor, uma lindeza,
Um seixo da corrente, uma conchinha
            À beira-mar colhida!

Foi esta a infância minha; a juventude
Falou-me ao coração: - amemos, disse,
            Porque amar é viver.
E esta era linda, como é linda a aurora
No fresco da manhã tingindo as nuvens
            De rósea cor fagueira;
Aquela tinha um quê de anelos meigos
            Artífice sublime;
Feiticeiro sorrir dos lábios dela
Prendeu-me o coração; - julguei-o ao menos.
            (...)
Gonçalves Dias. In: Poesia e prosa Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. p.136


Texto 3
Um cinturão
Graciliano Ramos

Onde estava o cinturão? A pergunta repisada ficou-me na lembrança: parece que foi pregada a martelo.
A fúria louca ia aumentar, causar-me sério desgosto. Conservar-me-ia ali desmaiado, encolhido, movendo os dedos frios, os beiços trêmulos e silenciosos. Se o moleque José ou um cachorro entrasse na sala, talvez as pancadas se transferissem. O moleque e os cachorros eram inocentes, mas não se tratava disto. Responsabilizando qualquer deles, meu pai me esqueceria, deixar-me-ia fugir, esconder-me na beira do açude ou no quintal. (...)
Havia uma neblina, e não percebi direito os movimentos de meu pai. Não o vi aproximar-se do torno e pegar o chicote. A mão cabeluda prendeu-me, arrastou-me para o meio da sala, a folha de couro fustigou-me as costas. Uivos, alarido inútil, estertor. Já então eu devia saber que rogos e adulações exasperavam o algoz. Nenhum socorro. José Baía, meu amigo, era um pobre-diabo. (...)
Junto de mim, um homem furioso, segurando-me um braço, açoitando-me. Talvez as vergastadas não fossem muito fortes: comparadas ao que senti depois, quando me ensinaram a carta de A B C, valiam pouco. Certamente o meu choro, os saltos, as tentativas para rodopiar na sala como carrapeta, eram menos um sinal de dor que a explosão do medo reprimido. Estivera sem bulir, quase sem respirar. Agora esvaziava os pulmões, movia-me, num desespero.
O suplício durou bastante, mas, por muito prolongado que tenha sido, não igualava a mortificação da fase preparatória: o olho duro a magnetizar-me, os gestos ameaçadores, a voz rouca a mastigar uma interrogação incompreensível.
Solto, fui enroscar-me perto dos caixões, coçar as pisaduras, engolir soluços, gemer baixinho e embalar-me com os gemidos. Antes de adormecer, cansado, vi meu pai dirigir-se à rede, afastar as varandas, sentar-se e logo se levantar, agarrando uma tira de sola, o maldito cinturão, a que desprendera a fivela quando se deitara. (...)
In: Fragmento de Infância. 32ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 31/32



6. (Puc-rio)  a) Lendo os dois poemas, um de Gonçalves Dias e outro de Carlos Drummond de Andrade, indique marcas de diferença no lirismo presente em cada um deles.

b) Comente o emprego da palavra "longe" quanto à classe gramatical no seguinte verso do Texto 1:
            a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu

c) Do texto abaixo, foram retirados todos os sinais de pontuação. Reescreva-o acrescentando os devidos sinais (faça as modificações relativas a letras maiúsculas).

Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias província do Maranhão filho de português com mestiça fez no Maranhão seus primeiros estudos e seguiu na sua juventude para Coimbra onde completou sua formação regressando ao Maranhão sentiu-se incompatibilizado em seu meio e seguiu para a Corte no Rio de Janeiro


Resposta:

a) No texto Drumond, o uso econômico e harmonioso do coloquial mostra perspectiva lírica às lembranças da época da infância que foi vivida na fazenda, num ambiente patriarcal.
   No poema de Gonçalves Dias, os sentimentos que normalmente são relacionados à infância apresentam-se por meio de imagens e metáforas da natureza, compondo a retórica exclamativa das estrofes.

b) A palavra longe, que ocorre geralmente como advérbio, no texto em questão, aparece como substantivo.

c) Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias, província do Maranhão, filho de português com mestiça. Fez, no Maranhão, seus primeiros estudos e seguiu, na sua juventude, para Coimbra, onde completou sua formação. Regressando ao Maranhão, sentiu-se incompatibilizado em seu meio e seguiu para Corte, no Rio de Janeiro.



  
7. (Ufrn)  Foram retirados sete sinais de pontuação do fragmento textual inserido abaixo, que servirá de base para as respostas aos subitens a) e b).

O revisor é a pessoa mais importante na vida de quem escreve. Tem o poder de vida ou de morte profissional sobre o autor. A inclusão ou omissão de uma letra ou vírgula no que sai impresso pode decidir se o autor vai ser entendido ou não admirado ou ridicularizado consagrado ou processado. Todo texto tem na verdade dois autores quem o escreveu e quem o revisou. Toda vez que manda um texto para ser publicado o autor se coloca nas mãos do revisor esperando que seu parceiro não falhe.
            [Luís F. Veríssimo] "Jornal do Brasil", 01.11.95.

a) A fim de resgatar a clareza, pontue o fragmento de acordo com as exigências da língua padrão escrita.

b) Considerando o contexto, justifique o emprego da palavra PARCEIRO na última linha do fragmento.


Resposta:

a) O revisor é a pessoa mais importante na vida de quem escreve. Tem o poder de vida ou de morte profissional sobre o autor. A inclusão (,) ou omissão (,) de uma letra ou vírgula no que sai impresso (,)pode decidir se o autor vai ser entendido ou não (,) admirado ou ridicularizado (,)  consagrado ou processado. Todo texto tem na verdade dois autores (:) quem o escreveu e quem o revisou. Toda vez que manda um texto para ser publicado (,) o autor se coloca nas mãos do revisor esperando que seu parceiro não falhe.
            [Luís F. Veríssimo] "Jornal do Brasil", 01.11.95.

b) A palavra PARCEIRO retoma REVISOR. Mantém-se uma relação mais próxima de quem escreve e de quem revisa o texto.



  
8. (Ufg)  Leia abaixo o fragmento extraído de "CAROS AMIGOS", n0. 30, set. 1999. p. 31.

Os Estados Unidos, há muito, desejam controlar a Amazônia. Não foi por outra razão que "ambientalistas" americanos iniciaram um movimento para declarar a Amazônia área de interesse mundial (essa questão foi a pauta não oficial da Eco-92, realizada no Rio, em julho de 1992).

De acordo com as possibilidades de emprego das aspas, explique o porquê de o autor tê-las usado em "ambientalistas".


Resposta:

O termo "ambientalistas" encontra-se destacado, pois, de certa forma, atenua quem seriam os verdadeiros ambientalistas (governo e empresários).




TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
INTRODUÇÃO: As questões baseiam-se na primeira parte de num poema do parnasiano Alberto de Oliveira (1857-1937) e um poema do modernista Oswald de Andrade (1890-1954).

FLOR AZUL - I

Abre uma flor sem nome entre as flores da serra.
À quentura do sol e seio azul descerra.
Dela, por conhecê-la, um sábio pensativo
Aproxima-se, vai, do parênquima vivo
Das folhas, observar com a lente estoma e estoma;
Analisa-lhe o suco, aspira o fino aroma
Ao seu cálice, toca a leve contextura,
Os estames lhe conta, o ovário lhe procura
E sonda; até que enfim: "Ora! - seguro exclama -
É uma..." E grego e latim, nome híbrido lhe chama Dissonante e confuso. Após se afasta e some.

E eu fiquei, flor azul, sem te saber o nome!
                       
In: OLIVEIRA, Alberto de. POESIAS COMPLETAS. Rio de Janeiro: Núcleo Editorial da UERJ, 1978, vol. II, p. 421.


ESTRONDAM EM TI AS IARAS

Desde Bilac
Somos internacionalistas e portugueses júniors
Gostamos de Camembert, do Nilo, de Frinéia e de Marx Carvões do mar
Náufragos entre sustos e paisagens
- "I don'know my elders!"
Desde Gonzaga
Somos pastores e desembargadores
Desde a Prosopopeia
Somos brasileiros

In: ANDRADE, Oswald de. POESIAS REUNIDAS. 5ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p. 200.



9. (Unesp)  A RETICÊNCIA é um procedimento de discurso que consiste em interromper a sequência de uma frase, devido a diferentes razões, como, por exemplo, evitar uma expressão chula ou indecorosa, ou deixar de expressar algo que pode ser facilmente subentendido. Partindo desta informação, releia o poema de Alberto de Oliveira e, a seguir,
a) mencione o verso em que ocorre um caso de reticência e justifique a utilização desse recurso pelo poeta;
b) explique, com base na leitura do poema, o caráter irônico da fala do poeta à flor, no último verso.


Resposta:

a) - Ora! - seguro exclama - / É uma... Dissonante e confuso (...)
As reticências comprovam que o autor hesita em citar o nome científico das espécies biológicas.

b) O tom irônico está no fato de que o cientista desperdiçou tempo e pesquisa na identificação da "flor sem nome", pois o poeta nem ousa reproduzir, porque é "dissonante e confuso".




TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Meu amigo Marcos
O generoso e divertido companheiro de crônicas

            Conheci Marcos Rey há mais de vinte anos, quando sonhava tornar-me escritor. Certa vez confessei esse desejo à atriz Célia Helena, que deixou sua marca no teatro paulista. Tempos depois, ela me convidou para tentar adaptar um livro para teatro. Era O RAPTO DO GAROTO DE OURO, de Marcos. Passei noites me torturando sobre as teclas. Célia marcou um encontro entre mim e ele, pois a montagem dependia da aprovação do autor. Quando adolescente, eu ficara fascinado com MEMÓRIAS DE UM GIGOLÔ, seu livro mais conhecido. Nunca tinha visto um escritor de perto. Imaginava uma figura pomposa, em cima de um pedestal. Meu coração quase saiu pela boca quando apertei a campainha. Fui recebido por Palma, sua mulher. Um homem gordinho e simpático entrou na sala. Na época, já sofria de uma doença que lhe dificultava o movimento das mãos e dos pés. Cumprimentou-me. Sorriu. Estava tão nervoso que nem consegui dizer "boa-tarde". Gaguejei. Mas ele me tratou com o respeito que se dedica a um colega. Propôs mudanças no texto. Orientou-me. Principalmente, acreditou em mim. A peça permaneceu em cartaz dois anos. Muito do que sou hoje devo ao carinho com que me recebeu naquele dia.
(WALCYR CARRASCO, PÁG. 98 - VEJA SP, 14 DE ABRIL, 1999.)



10. (Fgv)  O texto a seguir constitui a continuação da crônica de Walcyr Carrasco.

Em cada um dos parênteses, você poderá
(   ) colocar uma vírgula ou
(   ) colocar um ponto ou
(   ) não colocar nada.

Sua decisão não deverá contrariar as regras de pontuação vigentes. Procure seguir o estilo - frases curtas - utilizado pelo cronista. O sentido das frases dever ser coerente com a primeira parte do texto, transcrita no início desta prova.

Quando decidir utilizar ponto, não é necessário corrigir, com letra maiúscula, a palavra seguinte. Não reescreva o texto.

Continue a vê-lo esporadicamente (   ) era alegre (   ) divertido (   ) todo sábado (   ) de manhã (   ) ia tomar cerveja e uísque com outros escritores (   ) na Livraria Cultura (   ) no Conjunto Nacional (   ) às vezes nos telefonávamos para falar da vida (  ) escritores costumam ser competitivos e ciumentos (   ) buscam defeitos nas obras alheias (   ) como mulheres vaidosas (   ) comparando vestidos umas das outras (   ) Marcos (   ) não (   ) conheci muitos autores beneficiados por suas opiniões (   ) era generoso (   )


Resposta:

Continue a vê-lo esporadicamente ( . ) era alegre ( , ) divertido ( . ) todo sábado (   ) de manhã ( , ) ia tomar cerveja e uísque com outros escritores (   ) na Livraria Cultura ( , ) no Conjunto Nacional ( . ) às vezes nos telefonávamos para falar da vida ( . ) escritores costumam ser competitivos e ciumentos ( , ) buscam defeitos nas obras alheias ( , ) como mulheres vaidosas ( , ) comparando vestidos umas das outras ( . ) Marcos ( , ) não ( . ) conheci muitos autores beneficiados por suas opiniões ( . ) era generoso ( . ) 


Bons estudos!

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