1.
(Pucrj 2013) Leia.
De um lado, a loucura existe em relação à
razão ou, pelo menos, em relação aos “outros” que, em sua generalidade anônima,
encarregam-se de representá-la e atribuir-lhe valor de exigência; por outro
lado, ela existe para a razão, na medida em que surge ao olhar de uma
consciência ideal que a percebe como diferença em relação aos outros. A loucura
tem uma dupla maneira de postar-se diante da razão: ela está ao mesmo tempo do
outro lado e sob seu olhar. Do outro lado: a loucura é diferença imediata,
negatividade pura, aquilo que se denuncia como não-ser, numa evidência irrecusável;
é uma ausência total de razão, que logo se percebe como tal, sobre o fundo das estruturas
do razoável. Sob o olhar da razão: 1a loucura é individualidade singular
cujas características próprias, a conduta, a linguagem, os gestos, distinguem-se
uma a uma daquilo que se pode encontrar no não-louco; em sua particularidade
ela se desdobra para uma razão que não é termo de referência mas princípio de
julgamento; a loucura é então considerada em suas estruturas do racional.
FOUCAULT,
Michel. História da Loucura na Idade Clássica. Tradução: José Teixeira
Coelho Netto. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1972. p.203.
a) Com relação ao trecho “A
loucura tem uma dupla maneira de postar-se diante da razão: ela está ao
mesmo tempo do outro lado e sob seu olhar.”, extraído do texto,
faça o que é pedido a seguir:
i. identifique o referente de
cada um dos pronomes destacados, iniciando a sua resposta da seguinte forma:
O referente do pronome _________________________________________________.
ii.
indique um
conectivo que poderia ser empregado no lugar dos dois pontos.
b) Comprovando
com dados do próprio trecho, explique por que o verbo distinguir foi
flexionado na 3ª pessoa do plural em “a loucura é individualidade
singular cujas características próprias, a conduta, a linguagem, os gestos,
distinguem-se uma a uma daquilo que se pode encontrar no não-louco” (ref.
1).
Resposta:
a)
i. O referente do pronome se é loucura e o do pronome seu,
razão.
ii. Pois, porque, já que, visto que, uma vez que.
b) O verbo está concordando
com características próprias.
2.
(Pucrj 2013) Leia.
Platão defendeu, no Banquete, em Fedra e em
outros textos, a existência de um espírito místico ou furor enviado pelo céu,
através do qual uns poucos eleitos se “inspiravam”: “As maiores bênçãos vêm por
intermédio da loucura, aliás, da loucura que é enviada pelo céu.” Possuídas
assim por visões transcendentais ou por conhecimentos transcendentais, 1essas
pessoas desfrutavam de uma “loucura divina”, que as elevava acima dos mortais.
A concepção freudiana do gênio era bastante
diferente. Não era uma dádiva dos deuses, mas resultado dos processos do
inconsciente; não vinha de cima, mas de dentro, das profundezas. [...]
A “arte” e a habilidade artística, mais que
a inspiração, eram consideradas a marca do artista ou do escritor, e as
estruturas de patronagem do mundo das letras tradicional proviam fortes
argumentos a favor da conformidade social, em vez de excentricidade do artista.
2Isso não quer dizer que a
“imaginação” e o “gênio” visionário estivessem em baixa em terrenos críticos.
Mas a teoria clássica, modificada pela psicologia empirista do Iluminismo,
insistia que a imaginação não deveria ser obstinada, idiossincrática e
visionária, mas residir na sólida formação dos sentidos e ser temperada pelo
juízo. O verdadeiro gênio era um impulso orgânico saudável para a combinação
das matérias-primas da mente.
PORTER, Roy. Uma
História Social da Loucura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
1990. p.81-82.
a) A palavra que apresenta
comportamentos distintos nos trechos em destaque. Estabeleça a diferença entre
os dois empregos.
i. “essas pessoas desfrutavam
de uma “loucura divina”, que as elevava acima dos mortais” (ref.
1)
ii. “Isso não quer dizer que
a “imaginação” e o “gênio” visionário estivessem em baixa em terrenos
críticos.” (ref. 2)
b) Mantendo o mesmo sentido,
reescreva a passagem em destaque, de acordo com o que é pedido:
O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a segunda metade do século
XVII, passou-se a criticar, condenar e massacrar qualquer
coisa que fosse considerada irracional.
→ Use o verbo “efetuar” no lugar do verbo “passar”;
→ Substitua cada um dos verbos assinalados pela forma nominal correspondente
no plural.
→ Faça outras modificações que julgar necessárias em função das
alterações propostas.
O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante
a segunda metade do século XVII,
________________________________________________________.
Resposta:
a) Em i, a palavra que
é um pronome relativo – introduz a oração adjetiva e substitui “loucura divina”
nessa oração. Em ii, a palavra que
é uma conjunção integrante - serve como elo sintático, ligando as orações.
b) O Iluminismo endossou a fé
na razão. Durante a segunda metade do século XVII, efetuaram-se críticas,
condenações e massacres a qualquer coisa que fosse considerada
irracional.
3.
(Pucrj 2013) Texto 1
Apesar de consideradas pela crítica, durante
muito tempo, uma manifestação menor da literatura, as narrativas de viagem
viveram momentos de glória no passado. Inúmeros escritores se dedicaram ao
gênero, e eram muitos os leitores aficionados pelos relatos de aventuras. Na
forma de diários, memórias ou simplesmente impressões de viagens, os textos
surgiam aos borbotões, nos séculos XVIII e XIX, ora inspirados pelo Velho, ora
pelo Novo Mundo, expressando sempre o olhar fascinado, a curiosidade e o desejo
do viajante de deixar registrada a sua experiência, que ele julgava ímpar.
Na Europa, os destinos mais buscados eram a
Alemanha, a Itália e a Espanha, fosse pela mitologia, pela glória passada ou
pela profusão de ruínas históricas. 1E não importava se a viagem
durasse semanas, meses ou anos; interessava relatá-la e assim se inscrever na
tradição do gênero. Dentre os mais ilustres viajantes, Goethe, Mme. de Stäel,
Victor Hugo, Michelet, Lamartine e Mérimée foram autores que incentivaram
outros escritores a também excursionar e a escrever sobre as novas terras.
A América foi igualmente pródiga em inspirar
viajantes - em sua maioria pintores, botânicos, naturalistas, arqueólogos ou
simples aventureiros -, ainda que a maioria não tivesse pretensões literárias e
quisesse apenas fazer anotações acerca da geografia, fauna e flora tropical das
novas terras.
Octavio Ianni, em A metáfora da viagem,
afirma que a história dos povos “está atravessada pela viagem”, não importa se
real (se ocorre o deslocamento geográfico, espacial e temporal), ou metafórica
(sem o deslocamento físico, mas apenas o sensível ou sensorial), pois toda
sociedade trabalha a viagem, “seja como modo de descobrir o ‘outro’, seja como
modo de descobrir o ‘eu’”. A viagem destina-se, portanto, a ultrapassar
fronteiras, a demarcar as diferenças e as semelhanças entre os povos.
E, se consideramos as condições em que os
deslocamentos eram realizados, as enormes distâncias, o desconforto de navios,
carros de bois e ferrovias, além dos perigos de toda natureza a que estavam
sujeitos, causa espanto encontrar tantas mulheres, dentre os viajantes, que ousaram
deixar a segurança de seus lares, suas famílias e enfrentar o preconceito, as
novas fronteiras, o desconhecido.
DUARTE,
Constância Lima; MUZZART, Zahidé Lupinacci. Pensar o outro ou quando as mulheres viajam.
Revista Estudos Feministas. vol.16 n.3. Florianópolis. Setembro/dezembro. 2008.
Apresentação. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2008000300018&script=sci_arttext>.
Acesso em: 12 ago. 2012.
Texto 2
Espalham-se, por fim, as sombras
da noite.
O sertanejo que de nada cuidou,
que não ouviu as harmonias da tarde, nem reparou nos esplendores do céu, que
não viu a tristeza a pairar sobre a terra, que de nada se arreceia,
consubstanciado como está com a solidão, para, relanceia os olhos ao derredor
de si e, se no lagar pressente alguma aguada, por má que seja, apeia-se,
desencilha o cavalo e reunindo logo uns gravetos bem secos, tira fogo do
isqueiro, mais por distração do que por necessidade.
Sente-se deveras feliz. Nada lhe
perturba a paz do espírito ou o bem-estar do corpo. Nem sequer monologa, como
qualquer homem acostumado a conversar.
1Raros são os
seus pensamentos: ou rememora as léguas que andou, ou computa as que tem que
vencer para chegar ao término da viagem.
No dia seguinte, quando aos
clarões da aurora acorda toda aquela esplêndida natureza, recomeça ele a
caminhar, como na véspera, como sempre.
Nada lhe parece mudado no
firmamento: as nuvens de si para si são as mesmas. 2Dá-lhe o Sol,
quando muito, os pontos cardeais, e a terra só lhe prende a atenção, quando
algum sinal mais particular pode servir-lhe de marco miliário na estrada que
vai trilhando.
TAUNAY,
Visconde de. Inocência. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000002.pdf>. Acesso
em: 20 set. 2012.
a) Com base na frase abaixo,
extraída do texto 1, determine a diferença que se estabelece entre os dois
empregos da palavra se.
“E não importava se a viagem durasse semanas, meses ou anos;
interessava relatá-la e assim se inscrever na tradição do gênero.” (ref.
1)
b) Reescreva o período abaixo,
fazendo as alterações necessárias para atender ao que é proposto.
“Raros são os seus pensamentos: ou rememora as léguas que andou, ou
computa as que tem que vencer para chegar ao término da viagem.” (Texto 2 –
ref. 1)
Raros eram ___________________________________________________________.
c) Com relação à passagem “Dá-lhe
o Sol, quando muito, os pontos cardeais, e a terra só lhe prende a atenção”
(Texto 2 – ref. 2), explique por que o verbo dar encontra-se flexionado
na 3ª pessoa do singular.
Resposta:
a) No seu primeiro emprego a palavra se
é conjunção integrante, introduz uma oração subordinada substantiva e
traz o sentido de possibilidade. No segundo emprego, a palavra se é
pronome pessoal oblíquo com valor reflexivo.
b) Raros eram os seus pensamentos:
ou rememorava as léguas que andara/tinha andado, ou computava as que tinha que
vencer para chegar ao término da viagem.
c) O verbo encontra-se na 3ª
pessoa do singular para concordar com o sujeito “o Sol”.
4. (Ufes 2012) Reescreva, com as devidas
adaptações, as duas últimas falas do personagem MESTRE, do texto abaixo,
fazendo uso do pronome VOCÊ ou VOCÊS, conforme o caso.
TEXTO
AMBRÓSIO — Senhores,
denuncio-vos um criminoso.
MEIRINHO — É verdade que
tenho aqui uma ordem contra um noviço...
MESTRE —... Que já de nada
vale. (Prevenção.)
TODOS — O Padre-Mestre!
MESTRE (para Carlos) — Carlos, o Dom Abade
julgou mais prudente que lá não voltásseis. Aqui tens a permissão por ele
assinada para saíres do convento.
CARLOS (abraçando-o) — Meu bom Padre-Mestre,
este ato reconcilia-me com os frades.
MESTRE — E vós, senhoras,
esperai da justiça dos homens o castigo deste malvado. (Para Carlos e Emília:) E vós, meus filhos, sede felizes, que eu
pedirei para todos (ao público:)
indulgência!
AMBRÓSIO — Oh, mulheres,
mulheres! (Execução.)
(O noviço, de Martins Pena)
Resposta:
Mestre (para Carlos) – Carlos, o Dom Abade
julgou mais prudente que lá não voltassem.
Aqui tem a permissão por ele
assinada para sair do convento.
Mestre – E vocês, senhoras, esperem da justiça dos homens o castigo deste malvado. (para Carlos e Emília:) E vocês, meus filhos, sejam felizes, que eu pedirei para
todos (ao público:) indulgência!
5.
(G1 - ifsp 2012) Atendendo à norma-padrão,
reescreva o período a seguir, substituindo as lacunas por uma das palavras que
está entre parênteses e justifique.
Só para dar um exemplo: _________
(existe/existem) países em que o escritor é um profissional reconhecido pelas
leis, que _______ (o/lhe) amparam. Na Inglaterra, as editoras _______ (tem/têm)
que mandar um livro para cada biblioteca do país, quando ele é publicado.
Resposta:
Só para dar um exemplo: existem países em
que o escritor é um profissional reconhecido pelas leis, que o amparam. Na
Inglaterra, as editoras têm de mandar um livro para cada biblioteca do país,
quando ele é publicado.
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
Ceará tenta tirar de Pernambuco o título de “pai” do forró
Pernambuco
e Ceará sempre dividiram o título de precursor do ritmo que ficou conhecido
popularmente como forró. O pernambucano de Exu, Luiz Gonzaga, e o cearense de
Iguatu, Humberto Teixeira, foram autores de músicas que descreviam tanto a seca
e a fome da região quanto as belezas do sertão nordestino. O clássico “Asa
branca”, de autoria dos dois, representa bem isso. Agora, músicos cearenses
atribuem esse pioneirismo a outro artista.
O
primeiro registro fonográfico de um forró teria sido feito por um violeiro. Em
outubro de 1937, Xerêm gravou “Forró na roça”. Apesar de ser cearense, essa foi
a única canção do estilo gravada pelo cantor. Xerêm partiu adolescente para
Minas Gerais, formou dupla caipira e virou cantor de moda de viola.
O
diretor do Memorial Luiz Gonzaga de Recife, Mauro Alencar, ouviu pela primeira
vez a música “Forró na roça” a pedido da reportagem do iG. Para ele, a canção
só tem “forró” no título. “Isso não é forró nem baião. É música mineira, lembra
o calango, ritmo mineiro dos ‘bão’”, ironiza.
O
estilo musical que se convencionou chamar forró sequer é considerado um gênero
por muitos músicos. Segundo Mauro Alencar, a palavra seria uma corruptela de
uma expressão lusitana: ‘forrobodó’, que quer dizer ‘baile popular’. O
pesquisador explica que o ritmo a que atribuem o nome de forró é o baião,
criado por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.
(Daniel Aderaldo, www.ig.com.br. Adaptado.)
6.
(Uftm 2012) Com base no texto, responda:
a) O pronome isso, em –
O clássico “Asa branca”, de autoria dos dois, representa bem isso. –,
confere ambiguidade à frase no contexto do primeiro parágrafo. Em que consiste
essa ambiguidade?
b) Reescreva a frase – Apesar
de ser cearense, essa foi a única canção do estilo gravada pelo cantor. –
fazendo as alterações necessárias para substituir a expressão Apesar de por
Embora e empregar o verbo gravar, no trecho – gravada pelo
cantor –, na voz ativa.
Resposta:
a) O pronome demonstrativo
“isso” pode remeter anaforicamente aos estados brasileiros, Pernambuco e Ceará,
considerados pioneiros do forró, ou à música “Asa Branca” que descreve a
realidade do sertão nordestino.
b) Embora
fosse cearense, essa foi a única canção do estilo que o cantor gravou.
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
Era
conferente da Alfândega – mas isso não tem importância. Somos todos alguma
coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações
profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se
diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não
mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.
Sua
mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram
(quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado
perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente,
como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se
de ser um objeto aos olhos de Dona Laurinha. Se ela também era um objeto aos
olhos dele? Sim, mas com a diferença de que Dona Laurinha não procurava fugir a
essa simplificação, nem reparava; era, de fato, objeto. Ele, Santos, sentia-se
vivo e desagradado.
(Carlos Drummond de Andrade, O outro marido.)
7.
(Uftm 2012) Com base no texto, responda:
a) Por que, para o narrador, o
fato de Santos ser conferente da Alfândega não tem importância?
b) Reescreva o trecho – ...
o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. – fazendo
os ajustes necessários para empregar a expressão as classificações
profissionais como sujeito da oração.
Resposta:
a) Para o narrador, o que
importava era a essência e não a aparência (“Pouco importa que nos avaliem pela
casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a
situação exterior e familiar não mudava”).
b) As classificações profissionais nada têm a ver com o eu irredutível.
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
A
resposta de qualquer pai ou mãe, questionado sobre o que deseja para os filhos,
está sempre na ponta da língua: “Só quero que sejam felizes”. A frase não deixa
dúvidas de que, numa sociedade moderna, livre de muitas das restrições morais e
culturais do passado, a felicidade é vista como a maior realização de um
indivíduo. Até governos nacionais se viram na obrigação de fazer algo a
respeito. Neste ano, a China e o Reino Unido anunciaram a intenção de medir o
grau de felicidade de seus habitantes. Os governantes, espera-se, querem o
melhor para seu país, assim como os pais querem o melhor para seus filhos. Mas
a ambição de sempre colocar um sorriso no rosto pode ter um efeito contrário. A
pressão por ser feliz, condição nada fácil de ser definida, pode acabar
reduzindo as chances de as pessoas viverem bem.
“Quero
que meus filhos sejam felizes, mas também que encontrem um propósito e
conquistem seus objetivos”, diz o americano Martin Seligman, considerado o
mestre da psicologia positiva. Depois de estudar a busca da felicidade por mais
de 20 anos, ele afirma ser tolice elegê-la como a única ambição na vida.
Ex-presidente da Associação Americana de Psicologia, professor da Universidade
da Pensilvânia, pai de sete filhos e avô pela quarta vez, Seligman reviu suas
teorias e concluiu que é preciso relativizar a importância das emoções
positivas. “Perseguir apenas a felicidade é enganoso”, diz Seligman a ÉPOCA.
Segundo ele, a felicidade pode tornar a vida um pouco mais agradável. E só. Em
seu lugar, o ser humano deveria buscar um objetivo mais simples e fácil de ser
contemplado: o bem-estar.
(Letícia Sorg e Juliana Elias, http://revistaepoca.globo.com,
27.05.2011.)
8.
(Uftm 2012) Com base no texto, responda:
a) Reescreva o trecho – A
resposta de qualquer pai ou mãe, questionado sobre o que deseja para os filhos,
está sempre na ponta da língua: “Só quero que sejam felizes”. – preservando
o sentido do texto e fazendo as adaptações necessárias a fim de substituir a
expressão pai ou mãe pelo plural pais.
b) Explique qual é o
significado de mencionar que o americano Martin Seligman é pai de sete
filhos e avô pela quarta vez (segundo parágrafo).
Resposta:
a) A resposta de quaisquer pais, questionados
sobre o que desejam para os filhos, está sempre na ponta da língua: “Só
queremos que sejam felizes”.
b) Ao
mencionar que o americano Martin Seligman é pai de sete filhos e avô pela
quarta vez, as articulistas pretendem valorizar a experiência que o psicólogo
foi adquirindo ao longo da vida e que lhe permitiu rever alguns conceitos
enunciados anteriormente.
9. (Fgv 2009) Leia os versos de Carlos Drummond de Andrade.
"Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto não se veem.
Um se beija no outro, refletido.
Dois amantes que são? Dois
inimigos."
a)
Reescreva os dois versos iniciais, passando-os para a primeira pessoa do
plural.
b)
Reescreva os dois últimos versos, substituindo UM por EU.
Resposta:
a)
"Nós, os amantes, nos amamos cruelmente / e, como nos amarmos tanto, não
nos vemos."
b)
"Eu me beijo no outro, refletido. / Dois amantes que somos? Dois
inimigos."
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
TEXTO 1
Todos os retratos que tenho de minha
mãe não me dão nunca a verdadeira fisionomia que eu guardo dela - a doce fisionomia
daquele seu rosto, daquela melancólica beleza de seu olhar. Ela passava o dia
inteiro comigo. Era pequena e tinha os cabelos pretos. Junto dela eu não sentia
necessidade dos meus brinquedos. D. Clarisse, como lhe chamavam os criados,
parecia mesmo uma figura de estampa. Falava para todos com um tom de voz de
quem pedisse um favor, mansa e terna como uma menina de internato. Criara-se em
colégio de freiras, sem mãe, 2pois o pai ficara viúvo quando ela ainda não falava. Filha de senhor de
engenho, parecia mais, pelo que me contavam dos seus modos, uma dama nascida
para a reclusão.
À noite ela me fazia dormir.
Adormecer nos seus braços, ouvindo a surdina daquela voz, era o meu requinte de
sibarita pequeno.
Ela me enchia de carícias. E quando
o meu pai chegava nas suas crises, exasperado como um pé-de-vento, eu a via
chorar e pronta a esquecer todas as intemperanças verbais do seu marido. Os
criados amavam-na. Ela também os tratava com uma bondade que não conhecia mau
humor.
Horas inteiras eu fico a pintar o
retrato dessa mãe angélica, com as cores que tiro da imaginação, e vejo-a
assim, ainda tomando conta de mim, dando-me banhos e me vestindo. 1A minha memória ainda guarda detalhes bem vivos que o tempo não
conseguiu destruir.
RÊGO, José Lins do. Menino do engenho. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972, p. 6.
TEXTO 2
É sempre assim. 1As memórias que a gente guarda da vida experimentada vão se
enfraquecendo cada vez mais. Pra dar pra elas ilusoriamente a força da
realidade nós as transpomos pro mundo das assombrações por meio do exagero.
(...)
É um engano isso de afirmarem que a
gente pode reviver, tornar a sentir as sensações e os sentimentos do passado. 2As memórias são fragilíssimas, degradantes e sintéticas pra que possam
nos dar a realidade que passou tão complexa e grandiosa. Na verdade o que a
gente faz é povoar a inteligência de assombrações exageradas e secundariamente
falsas. Esses sonhos de acordado, poderosamente revestidos de palavras, se
projetam da inteligência pros sentidos e dos sentidos pro ambiente exterior, se
alargando cada vez mais. São as assombrações. Diferentes 3pois das sensações, as quais do ambiente exterior pros sentidos e destes
pra inteligência vêm se diminuindo cada vez mais. E essas assombrações por
completo diferentes de tudo quanto passou é que a gente chama de
"passado"...
ANDRADE, Mário de. Táxi e crônicas no Diário Nacional. São Paulo: Duas Cidades /
Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia, 1976, p.102.
10. (Puc-rio 2008) a) No Texto 1, predominam verbos no pretérito imperfeito do indicativo,
ao passo que, no Texto 2, é o presente do indicativo que é mais recorrente.
Explique esses predomínios levando em conta as diferenças entre os dois tipos
de texto.
b)
Há na passagem a seguir DOIS erros gramaticais. Reescreva o período
corrigindo-os.
Em
celebração a passagem do cinquentenário da morte de José Lins do Rego,
aconteceu, há pouco mais de um mês, na capital paraibana, várias atividades
culturais promovidas pelo Governo do Estado: concurso de redação, espetáculo
teatral, exibição de filme e concerto.
Resposta:
a)
No Texto 1, há o predomínio do pretérito imperfeito do indicativo, por se
tratar de uma narrativa na qual o narrador-personagem relembra cenas passadas,
habituais.
O
Texto 2, por ser expositivo e ter um narrador que específica as características
gerais da memória, tem o presente do indicativo como tempo predominante.
b)
Em celebração À passagem do cinquentenário da morte de José Lins do Rego,
ACONTECERAM, há pouco mais de um mês, na capital paraibana, várias atividades
promovidas pelo Governo do Estado: concurso de redação, espetáculo teatral,
exibição de filme e concerto.
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